A cárie: uma doença infecciosa!

A cárie é uma doença bucal ainda com a maior prevalência no Brasil. Doença debilitante que pode levar a perdas de órgãos importantes para a mastigação, deglutição, respiração e fonação – os dentes.


A cárie é silenciosa no início. Chega de mansinho, se aproveita de “micro buracos” que fazem parte da anatomia do seu dente. Se aproveita da sua dieta rica em sacarose. Se aproveita da sua preguiça em higienizar seus dentes. A cárie é uma doença multifatorial – depende da presença das bactérias causadoras da doença, do tempo de exposição do hospedeiro a essas bactérias, da condição de saúde geral do hospedeiro, da saliva e principalmente da dieta. Cárie é uma doença Biofilme-Açúcar Induzida.

A cárie pode passar de um dente para o outro. Seu principal protagonista é um bichinho de nome estranho que todo mundo tem na boca: Streptococcus mutans. Esse carinha aí, se junta com seus amiguinhos mal intencionados, se aproveita do açúcar da sua dieta e produz ácidos que vão desmineralizar a superfície mais dura do corpo humano – o esmalte dentário. Até aí a lesão de cárie é indolor e só pode ser encontrada pelo olho treinado do dentista, somado aos materiais para o exame clínico bucal.

O que ajuda a cárie a se formar e a progredir?

– Sua boca ficar com pH ácido ajuda na desmineralização do esmalte. Isso ocorre, por exemplo, quando você está ingerindo refrigerantes e sucos de fruta de caixinha. Mamães: acostumem seus filhos a beber água! Ainda mais se vocês moram em uma região em que a água é fluoretada!

– A dieta rica em sacarose. Sabe aquelas crianças que ficam chupando bala e comendo chocolate o dia todo? Que ficam até com manchas de chocolate nos cantos dos lábios e na ponta do nariz? Então … Não somos contra o consumo de doces, mas deve-se sempre escovar os dentes depois do consumo de qualquer alimento. Organize uma hora certa para comer doce. Limite o refrigerante. O controle da dieta é fundamental para evitar cáries.

– Se o fluxo e a qualidade salivar estiverem alterados. Isso pode acontecer por causa de problemas de saúde geral ou síndromes congênitas. Por exemplo, um dos sintomas do diabetes é a xerostomia – diminuição do fluxo salivar. Esse paciente tem seu risco de cárie aumentado.

– Açúcar na mamadeira. Isso é terminantemente proibido! Causa cáries horríveis e de rápido desenvolvimento, trazendo muito sofrimento para as crianças, para os pais e para os dentistas. Ninguém gosta de ver bebês com dentes apodrecendo.

– Pacientes gestantes devem tomar cuidado. A dieta da mulher grávida sofre uma mudança drástica e é aí que mora perigo. Tudo bem você, gestante, abraçar o pote de sorvete e consumi-lo junto com brigadeiro, desde que ao final do refeição você faça sua higiene bucal corretamente.

– Envelhecimento – retrações gengivais ao longo do envelhecimento podem revelar partes da raiz do dente que não têm esmalte para se proteger. A cárie de dentina tem rápido desenvolvimento e pode ocorrer naquelas regiões próximas da gengiva.

– Se você não escovar seus dentes e não passar fio dental corretamente e frequentemente, seu risco de cárie será aumentado. Crianças menores de 9 anos necessitam da supervisão de um adulto durante a higiene bucal. Prezada mamãe ou papai: Não adianta dar bronca no seu filho de 6 anos – “Tá vendo moleque! Só come doce! Não escova os dentes! Relaxado!” – enquanto o dentista conta as cáries dele no exame clínico. A dieta da criança é controlada pelos pais, assim como a higiene bucal.

– Se vocês não ficarem espertos, papai e mamãe, em momentos especiais como a erupção dos molares nos seus filhos. Olhando na boca, os molares de leite são os últimos 2 dentes, nos cantos de cada arcada. São os maiores dessa dentição: O 1º molar de leite vai nascer quando a criança tiver 1 ano ou 1 ano e meio.  O 2º molar de leite nasce aos 2 anos, ou 2 anos e meio. O 1º Molar permanente vem aos 6 anos de idade e o 2º aos 12 anos. Esses são os momentos chave para a prevenção de cáries nesses dentes tão importantes. Alguns dentistas recomendam aplicação tópica de flúor, no consultório, nessas idades. Dá até pra saber quando levar seu filho ao dentista.

Vale lembrar:

1) Não é para deixar dente de leite cariar, com pensamento: “É de leite … vai cair mesmo!”. A não ser que você, mamãe ou papai, queira deixar seu filho banguela e traumatizado.

2) Os molares permanentes nascem atrás de todos os dentes. Eles não trocam por nenhum de leite. Alguns pais confundem e acham que o permanente é de leite porque não houve troca. Cuidado!

O dente quando nasce é mais frágil. Ele sai de um meio fechado e praticamente livre de bactérias direto para o meio bucal – aberto e lotado de micro organismos. Até o dente formar uma proteção mais consistente junto com a saliva, ele fica vulnerável. Aí que entra o flúor, nosso grande aliado, mas que deve ser usado racionalmente.

Eu sei que antigamente, lá pelos anos 80 e 90, era comum haver uma pequena rixa entre as crianças para ver quem tinha menos (ou mais) cáries. Hoje, este panorama mudou. Porém, ainda temos muito trabalho para fazer.

LINK ÚTIL SOBRE O ASSUNTO:

– A cárie é inevitável? – Medo de Dentista

Um Abraço

Rafael Fabre Rodrigues e Souza

2 respostas para “A cárie: uma doença infecciosa!”

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